Me tornar nômade não foi fácil
Me tornar nômade foi uma das melhores decisões e maiores realizações da minha vida. Mas se engana quem pensa que foi fácil ou quem diz “Nossa, você vive viajando? Fácil, assim até eu!”.
Depois de mudar completamente o rumo da minha vida profissional (e ainda vê-la muito incerta), consegui enfim sair para o mundo depois de mais de 4 anos de planejamento. Não foi da noite pro dia. Não foi ‘vou largar tudo’. O meu processo foi este, foi com planejamento, com reserva financeira, com 31 anos, mas com muita vontade de viver tudo o que eu tinha para viver.
Com o tempo parei de pensar ‘E se não for isso que eu quero? E se eu me arrepender?’ e passei a pensar ‘Se eu quiser voltar eu volto, simples assim...’
Quanto tempo você ficar fora?
Quando volta?
Por onde vai começar?
Por que fazer isso?
Não é melhor usar seu dinheiro para comprar um apartamento?
Eram perguntas que me faziam regularmente e que se tornaram pensamentos intrusivos que insistiam em me sabotar... Pressão externa, pessoas que acham que isso é fase, que eu não tinha mais idade pra isso, outras que questionavam como eu ia ter um relacionamento vivendo desta forma, se eu ia conseguir se sustentar, se tinha intenção de algum lugar ou viver pingando de país em país...
Sei que são questionamentos legítimos, muitas vezes de quem realmente se importava com o meu bem estar. Mas a verdade é nada disso deveria importar. Primeiro que já sou uma adulta responsável que sabe se planejar, segundo que;
- Ninguém questiona tanto uma pessoa que fala que tem o sonho de ter um filho, que tem o sonho de casar, que tem o sonho de ter um cargo alto dentro de uma empresa... Então por que questionar tanto alguém que quer conhecer o mundo? Que quer aprender culturas, história e geografia na prática? Por que isso ainda é tão estranho?
Quando eu realmente eu decidi para de cogitar e sonhar para realmente planejar, quando entendi que me sentia presa, que precisava sair, que precisava conhecer o novo e explorar o que o mundo tem para proporcionar, eu não contei para ninguém. Eu só expus quando eu tinha certeza e data para voar, pois assim os meus pensamentos que seriam influenciados por opiniões externa não iriam me dominar.
E assim o fiz... Hoje faz mais de 1 ano que me considero realmente nômade. Comecei minha jornada na Europa, hoje estou na América do Sul, e deixo a vida me levar para os próximos destinos.
Embora saiba que minha vida ainda não está 100% do jeito que eu gostaria, sei que estou onde deveria. E não devo parar tão cedo... Ou sim. Afinal, não me ponho mais pressão. Se eu quiser voltar eu volto, se quiser me estabelecer em outro lugar eu me estabeleço, e se eu quiser seguir na minha vida nômade (que eu acho que é o mais provável rs) eu sigo, e esta é a maravilha da minha liberdade.